Olho para o tempo
Como um espelho
Cada cicatriz
É um arrependimento
Eu me arrependo
De não ter feito nada
De não ter conseguido impedir
Que tudo fosse embora,
Como uma onda no mar.
E depois de uma onda
Vem outra
Mas dá tchau em seguida
E de novo, em vão, segue a vida.
Queria agarrar numa onda
E não deixá-la sair nunca mais
Mas a água escorre entre as mãos
E as lágrimas escorrem nos olhos.
Minhas mãos são pequenas
Para agarrar esse oceano
E a água é um espelho
Um espelho de tempo.
Texto da "Sociedade dos poetas vivos".
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